Tendências do controle climático oceânico sob a variabilidade temporal da precipitação no Nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.4067/S0718-34022016000100002Palabras clave:
mudanças climáticas, impactos climáticos, desastres naturaisResumen
Com significante diferença na distribuição espaço-temporal da chuva, prolongados períodos de deficiência hídrica, solos problemáticos e ausência de rios perenes, o sertão nordestino é a região mais vulnerável as mudanças climáticas no Brasil. Baseado em análise de dados climatológicos, este trabalho objetiva identificar tendências nas temperaturas da superfície do mar nos oceanos Atlântico Norte, Atlântico Sul, Pacífico Leste e Pacífico Central e a relação com a variabilidade temporal da precipitação em Pernambuco em períodos recentes. Foram utilizados três métodos, para evidenciar a relação entre os oceanos e as chuvas no NEB foi utilizado o Índice de Anomalia de Chuva. Na investigação de tendências nas TSM's foi utilizado o método de Mann-Kendall. Para evidenciar se há mudanças na precipitação atual foram utilizados os índices climáticos sugeridos pela Equipe de Especialista em Detecção, Monitoramento e Índices de Mudanças Climáticas. Os índices de mudanças climáticas indicaram que vem ocorrendo mudanças nos padrões de pluviometria, com tendência de aumento no volume de chuva (com exceção do litoral leste) e distribuição sazonal mais concentrada. A análise estatística das TSM's sobre o oceano Pacífico e Atlântico permitiu observar que há tendência de aquecimento e que, quando analisados isoladamente a ocorrência de anomalias positivas sobre o Pacífico leste (El Niño) e anomalias negativas sobre o Atlântico Sul (dipolo positivo), as secas são mais severas, baseado na análise do índice de anomalia de chuva. Também baseado no IAC, conclui-se que ambos os eventos quando ocorrem isoladamente exercem influência na precipitação da região, no entanto, quando agem em conjunto percebesse que essa influência é mais acentuada, alterando o comportamento da circulação geral da atmosfera meridionalmente (célula de Hadley) e zonalmente (célula de Walker).